3.6.10

Ensaio nº1

Poderia ter sido antes, ou depois, mas foi agora que decidi escrever estes textos banais, iletrados, irresponsáveis, que pretendo sejam a minha ideia e o meu contributo para a minha insanidade. Não quero ser normal. O normal passa ao lado, como mais um no meio da nossa civilização normalzinha. Eu quero ser diferente, distinguir-me daquilo que é a banalidade que não suporto, quero sempre quem seja melhor do que eu, mais forte, mais inteligente, com ferramentas que eu não domino. Se isso é ser anormal, sê-lo-ei, até ao fim dos meus dias. Sempre me senti diferente. Não por numa posição de superior arrogância ou algum complexo de inferioridade, mas porque eu sou “diferente”. Por vezes sinto-me um peixe fora de água, completamente asfixiado por tudo, outras bem com tudo e fazendo parte de tudo como um camaleão.
Já escrevo desde 2002 em blogues e desde Março de 2006 numa coluna de opinião no Expresso de Felgueiras. Escrever passou a ser um acto prazeirento, de conforto, embora nem sempre pacífico.
Para mim a escrita tem que ser stressante, ter prazo, senão não faz sentido. Escrever sem prazo é como uma vida sem objectivos, sem orientação, sem caminho para percorrer. A escrita tem que vir das entranhas, tem que ser um processo de revolução interna, de revolta, grito ou gemido. O processo intelectual surge depois da obra, dizia há dias um escritor catalão na TSF. Não vou escrever nenhuma obra. São apenas as minhas histórias, a minha visão. Escrevo para expurgar a alma…

2.6.10

Tenho saudades tuas...

Trinta e um graus. Sufocantes, peganhentos. Hoje não corre uma brisa de vento, onde, por hábito, este enfuna as velas ao máximo dos barcos que por ali passam. Nem com essa ajuda conto hoje. Vejo gente nas esplanadas por onde passo, junto ao rio, de havaiana no pé, calções e mini-saias. Gente a caminho da praia. Não te conheço, mas é como se te conhecesse desde sempre. Tenho saudades tuas…